E tu? O que vês?

Patrícia Galandim 


   O que vês? Não me refiro ao que a tua mente pensa e imagina mas pergunto unicamente o que é que os teus olhos te dizem quando olhas para esta fotografia?
   Gostava de saber a tua resposta mas eu avanço com a minha: não é pouca vergonha, oferta e muito menos publicidade, não é desbunda, não é descabida, não é brinquedo e muito menos lixeira. Não é do mundo e não é carrossel. Ninguém disse que era bonito. Não é exposição e não é o 'Já mostrou tudo' e agora? 
   É determinação, teimosia, persistência, garra, independência, luta, coragem, dor, superação, carisma, confiança e muito amor próprio com  algum medo à mistura, é sensibilidade e amor. É pálido mas carrega com ele todas as cores de uma segunda oportunidade. 

Deixa-te de julgamentos, deixa-te de suposições e condenações sem sentido. É apenas um corpo no meio de tantos existentes no Universo retratado numa fotografia que ficará nas memórias de um momento especial. É arte! 

Não é perfeito, não é puro, não é modelo, mas será sempre um corpo coberto de 7 meses de muitas histórias. Será sempre o orgulho de quem está para contar a história e de quem o viu em outras épocas, de quem esteve com as mãos na massa a tentar estancar hemorragias, a tirar pontos e a arrancar drenos, de quem o segurou quando ele não tinha forças, de quem lhe limpou o sangue e de quem atenuava as dores, o corpo é meu mas também é de quem cuidou tão bem dele para que hoje esteja aqui. 

Ele é o fim e o início de uma nova história, é a resposta para tantas perguntas e é a certeza de que a cura para toda a doença é a vontade de viver. 
   Valeu a fome que eu tinha pela vida. Não me digam que eu não sou capaz de seja o que for, não me testem e não me prendam. Não apostem porque perdem e não me agarrem porque estou mais livre do que nunca. E se algum dia duvidarem de que tudo é possível leiam novamente este post. 
O mais importante é que estou eternamente grata à vida, grata ao Universo e aos que estão para além de mim, o resto é preconceito, juízos de valor e mentes pequenas! 

P.S: Agradecer à Patrícia Galandim pelo excelente projeto 'sou o meu padrão de beleza' e muito obrigada pelo convite e pela experiência!!

Cada um de vós será sempre o mais importante da vossa própria vida. Cuidem-se, amem-se e vivam. O resto é só isso mesmo...o resto!


Comentários

  1. Vejo Coragem e um milagre que aconteceu chamado “Amor à Vida”

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  2. Vejo uma Mulher com Corpo e com Alma. Uma Mulher que não desiste

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  3. OMG, simplesmente a-d-o-r-e-i! O Maridão é enfermeiro endoscopista e vê muita coisa relativamente a isso... e eu estou no outro espectro, estou no bloco operatório e estou na equipa das laparotomias. Infelizmente no meu caso perco rasto dos doentes... por isso ler a tua experiência é simplesmente um máximo para mim por diversas razões!

    Beijinhos,
    O meu reino da noite
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    P.S. - vou-te seguir que nem uma lapa

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    Respostas
    1. Muito obrigada, esse comentário encheu o meu dia… ainda me recordo da sensação de entrar num bloco operatório, dos cheiros e dos sentimentos. É mau dizer mas sinto saudades…

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  4. Parabéns. És uma mulher valente, corajosa e enriqueceste o dia de muitas pessoas que passam a mesma situação. Obrigada por partilhares esse testemunho.

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  5. vejo um corpo amado respeitado vejo muita coragem vejo muita auto estima
    fico muito feliz por seres uma MULHER de corpo e alma
    a minha mae aos 70 ficou com saco e tambem percebeu que foi a alternativa a continuar no hospital apos 4 meses cururgias e septicemia. a idade nao lhe permitiu uma facil habituaçao.
    beijinhos e tudo de fantastico p a tua vida.ag

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