Quando chega a hora de ir embora, mas nós queremos ficar!

   Saí do hospital, pela milésima vez...mas desta vez é a sério! Finito, fim, the end destes longos 6 meses de muita história mas principalmente de muita aprendizagem...
Tenho a certeza que após este meio ano e de todas as mudanças, que me tornei numa pessoa melhor, melhor do que alguma vez fui. Não me venham dizer o contrário, ai de alguém! Olhem que agora tenho sempre uma arma comigo e é bem mal cheirosa, é só um click e bingo.

   Aprendi a sorrir, mas sem motivo e isso é maravilhoso. Aprendi a sair do meu casulo e dar me a conhecer, e acreditem que fez toda a diferença, é bom conseguirmos conquistar as pessoas e elas gostarem de nós. Aprendi a sair do meu confortável silêncio e a falar, a expressar-me e isso aproxima as pessoas ao invés de as afastar como era habitual. Aprendi que um banho é a melhor coisa do mundo, que a água quente a cair nas costas traz uma paz imensa, melhor ainda é por os pés no chão, as pernas colaborarem e ser possível dar uns passos no corredor. Aprendi que insistir em vez de desistir traz resultados. Aprendi que não faz mal cair, dói, magoa e que o chão não é confortável para lá se estar e que sabe tão bem quando nos levantamos. O que damos recebemos e isso é uma grande verdade, acreditem em mim que eu não vos engano. 

   Custou sair, pelo simples facto de que não pude trazer ninguém comigo, eram muitos e eu tinha um casaco sem bolsos, mas trago cada um numa bonita poltrona que eu tenho na sala do meu coração, com direito a um altar por toda a paciência que tiveram comigo, não é fácil. É o bom de toda esta aventura...o que conheci que não conheceria num quotidiano normal, o que aprendi e acreditem  que dava um livro, por saber que neste mundo de doidos há gente realmente boa. Não posso mesmo ficar? Alugo o quarto...não?
   É poder hoje relatar tudo o que desconhecia até então na esperança de conseguir apoiar alguém na mesma situação. 
   Decidi ser generosa com os outros mas antes disso tive de aprender a ser generosa comigo mesma, e ter a noção que de recebi mais do que alguma vez consegui dar. 

De todo este meio ano tenho mais para agradecer do que para me queixar e é incrível como as coisas positivas se sobrepõem às negativas, quando são as negativas que supostamente marcam mais. Sim tive dias muito difíceis, sim fui abaixo muita vez. Não tem de ser assim e se me perguntarem como foram estes 6 meses, a minha resposta vai ser: um dos melhores ao longo destes 24 anos, aprendi demasiado e conheci pessoas extraordinárias.
P.s: Já agradeceram hoje?


   

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